carlampm escreveu:
Infelizmente custa-me dizer isto, mas... "Bem vinda ao clube..."

Olá!
Sinto-me cada vez mais farta desta situação precária de trabalho dos formadores, principamente por causa dos recibos verdes e dos atrasos nos pagamentos! Trabalho para uma organismo estatal a dar formação, cujos pagamentos são efectuados a partir do dia 20 de cada mês, mas este mês, devido a um problema, houve um "ligeiro atraso" de 3 semanas no pagamento. Fiquei desesperada, pois despesas e contas acumularam-se e tive que pedir dinheiro a outras pessoas para conseguir me desenrascar! Ora, eu tento dar sempre o meu melhor quando estou a dar formação, deparo-me com falta de recursos mas tento sempre contornar a situação, e no fim, quando espero a recompensa (que por vezes, é insuficiente!!), esta chega tarde! A situação dos recibos verdes é outra que é difícil de resolver. A retenção na fonte é de 20% o que para mim é muito porque na maioria das vezes, tenho que estar a trabalhar imensas horas para pelo menos ganhar o suficiente para me sustentar, pagar renda, contas, etc, etc. É frustante trabalhar nestas condições!!!

E o pior ainda não lhe aconteceu.
Passar recibos com IVA, ter que o entregar às finanças e ainda não lhe terem pago o serviço prestado.
Isso é o "pão nosso de cada dia".

E por falar em IVA: porque é que a formação, sendo a paixão de tantos governos, não tem IVA à taxa dos bens essencias (5%)???

Ajudava, não ajudava?

Pois é, formador é barra em flexi-insegurança!

Uma coisa que não se pode ser é só formador.
Até por motivos profissionais - a famosa frase do "quem sabe faz, quem não sabe ensina", aplica-se à generalidade formadores como uma luva!
Assim diversificando a actividade por outras, consegue-se tapar mais ou menos estes problemas de liquidez com que nos brindam algumas entidades formadoras.
Por outro lado, deve ser-se formador apenas nas "horas livres", caso contrário aquilo que ensinamos torna-se redundante!

Concordo plenamente com o António Vieira; sempre que pudermos utilizar a actividade de Formador nas "horas livres" melhor.
O mercado está saturado dos ditos "formadores teóricos"; pessoas que leêm livros e acreditam que podem ministrar uma formação.
O "saber saber" é importante, mas o saber fazer também o é.
Os formandos, hoje em dia, não buscam teoria, mas sim aplicação da mesma na prática.

Estes atrasos nos pagamentos devem-se muitas vezes aos financiamentos da formação; embora as entidades solicitem periodicamente reembolsos do financiamento adquirido, o que é certo é que os organismos públicos demoram muito tempo a dar resposta.