Governo quer aumento de 26% de Centros para Qualificação e Ensino Profissional
18/4/2016, 15:56 - OBSERVADOR
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou que o Governo quer alargar a rede e ao mesmo tempo reforçar as equipas e as atividades desenvolvidas.
O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, afirmou esta segunda-feira que o Governo quer aumentar em 26% o número de centros para a Qualificação e Ensino Profissional (CQEP), passando de 238 para 300 em 2017.
Vieira da Silva disse que “muitos” dos CQEP, neste momento, têm “fracos níveis de atividade”, sendo que o objetivo passa não apenas pelo alargamento da rede, mas pelo reforço de “equipas” e “aumento de níveis de atividade”.
Os centros irão apresentar respostas em articulação “com outras estruturas”, como escolas profissionais, centros de emprego ou gabinetes de inserção profissional.
O Governo quer alterar também o atual cenário de “cobertura geográfica assimétrica e de fraca acessibilidade à informação sobre a oferta de percursos”, referiu.
O objetivo passa por desenvolver um “guia interativo de recursos” e disponibilizar “instrumentos associados ao ensino e formação à distância”.
Ao mesmo tempo, face à “pouca tradição no trabalho com adultos”, o executivo quer também apostar “na formação contínua dos agentes”, realçou Vieira da Silva, que falava durante uma sessão pública no Conservatório de Coimbra sobre um dos eixos do Programa Nacional de Reformas.
Segundo o ministro do Trabalho, é hoje necessário trabalhar-se “na construção de percursos de formação personalizados”, respondendo à exigência “da diversidade de públicos” existentes.
O membro do executivo recordou que a aprendizagem ao longo da vida (ALV) teve “sempre” níveis baixos de participação, sendo que o “desmantelamento” das políticas de ALV por parte do anterior Governo leva a que hoje participem apenas um terço dos adultos, comparativamente com aqueles que integravam programas de aprendizagem em 2000/2001.
Para Vieira da Silva, a descontinuação do programa Novas Oportunidades foi concretizada “por questões ideológicas”, notando que Portugal “decidiu não participar” no estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) que avalia as competências dos adultos.
“Com isso, perdemos anos de avaliação do que devíamos fazer nos adultos”, apontou, avançando que Portugal vai participar na próxima edição deste estudo.
O ministro falava esta segunda-feira, ao final da manhã, no auditório do Conservatório de Música de Coimbra, na apresentação do eixo ‘Qualificar os portugueses’, do Programa Nacional de Reformas (PNR), em que também participou o titular da pasta da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.