08.07.2013 18:22
O Ministro da Educação admitiu hoje que será preciso estar atento para que as empresas não se aproveitem da proposta governamental que defende que os alunos dos cursos profissionais poderão passar o dobro das horas em formação nas empresas.
A atual legislação prevê que os estudantes dos cursos profissionais têm 420 horas de formação em contexto de trabalho, no entanto o Governo pretende duplicar o número de horas, segundo uma proposta de alteração do decreto-lei do ano passado sobre gestão curricular.
Após uma análise à proposta governamental, o Conselho Nacional de Educação (CNE) defendeu que embora se possa "à partida, considerar benéfico", é preciso garantir que o tempo que os alunos vão passar em formação nas empresas não seja um contributo para a "prestação gratuita de trabalho pouco qualificado".
Questionado sobre esta posição, Nuno Crato considerou que se trata de um "alerta para a necessidade do controle", que será feito, apesar de admitir que poderão existir "falhas": "Claro que em tudo o que nós fazemos pode haver falhas, mas para isso é que estamos cá, para verificar essas falhas".
O ministro acredita que mais tempo de formação vai permitir "um maior contacto com as empresas" e aumentar as possibilidades de arranjar emprego. "Estamos convictos que isto mostra aos nossos jovens o que é a vida real das nossas empresas. Ou seja, complementa a sua formação assim como lhes permite mais facilmente aceder a uma profissão", defendeu Nuno Crato, à margem de uma reunião de trabalho do Conselho das Escolas, que decorre hoje em Caparide.
Nuno Crato sublinhou que estarão atentas á situação várias entidades: "Para isso existem os diretores de escolas, os conselhos gerais, o ministério, e a inspeção, mas pode sempre haver falhas".
Lusa