Cheque ensino é exemplar do assalto ao país promovido pelo Governo
ARTIGO | 6 SETEMBRO, 2013 - 00:37
A coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, afirmou esta quinta feira que o modelo do cheque ensino, proposto pelo Governo, é, nem mais nem menos, do que tirar dinheiro à Escola Pública para entregar ao negócio privado das escolas privadas.
Durante uma ação de campanha em Viseu, Catarina Martins lembrou que, nestas eleições, a primeira afirmação que é necessário fazer é dizer que não se aceita a inevitabilidade do desastre.
O que sabemos neste momento em que somos chamados a escolher é que aquilo que nos disseram que era um caminho inevitável mas certo, o caminho técnico necessário, é, na realidade, uma grande mentira. É na realidade, e tão somente, a maior transferência de rendimentos do trabalho para o capital. É empobrecer o país em nome do capital financeiro, e é contra este roubo que nós nos levantamos, frisou Catarina Martins.
A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda lembrou uma notícia publicada esta quinta feira que é exemplar deste assalto ao país.
Sabemos todos e todas das dificuldades que a nossa Escola Pública está a atravessar, avançou a dirigente bloquista, assinalando que, nos últimos dois anos, o desinvestimento na Escola Pública em Portugal foi de tal maneira que passámos de uma média de investimento de percentagem do PIB de cerca de 7% para menos de 4% (3,8%).
E, na mesma semana em que os professores contratados encheram os centros de emprego porque estão desempregados, hoje mesmo, no Conselho de Ministros, o Governo decidiu pelo cheque ensino, que é, nem mais nem menos, do que tirar dinheiro à Escola Pública para entregar ao negócio privado das escolas privadas, avançou Catarina Martins. Esta é a marca do Governo. E é bom que percebamos o que é que significa este modelo, porque esta ideia já foi usada noutros países e porque tem consequências, frisou.
Todos nós sabemos que há escolas públicas boas e escolas públicas más, como há escolas privadas boas e más, referiu a dirigente bloquista, lembrando que, no entanto, apenas a Escola Pública garante, a todos e a todas, sem discriminação, o direito à Educação. E é por isso que a obrigação do Estado é a Escola Pública e não financiar o negócio privado das escolas privadas, defendeu.
Referindo-se à Suécia, onde já foi aplicado este modelo, Catarina Martins lembrou que este país já procedeu à sua avaliação e já sabe hoje o erro que foi cometido.
A experiência promovida pelo governo sueco, que nem sequer chegou a abranger todo o sistema de ensino, demonstrou que este modelo aumenta a desigualdade e se traduz na perda de qualidade do sistema educativo, alertou a deputada, garantindo que o Bloco está a juntar todas as forças contra o projeto do cheque ensino.
Catarina Martins apelou ao debate e à mobilização de todos e todas para que exista uma grande consciência na sociedade portuguesa daquela que é a destruição da Escola Pública que Nuno Crato quer impor. Para que todos possamos juntar forças e derrotar este ataque à Escola Pública, reforçou.
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