Ensino de adultos parado há 14 meses
Dezenas de milhares de formandos e cerca de 5 mil técnicos e formadores estão à espera
14 de Outubro,
Por:Bernardo Esteves
A educação de adultos em Portugal está parada há 14 meses, desde agosto de 2012, quando os Centros Novas Oportunidades (CNO) deixaram de receber novas inscrições. Os cursos de Educação e Formação de Adultos e o ensino noturno recorrente também está praticamente parado: "Tenho 40 adultos pré-inscritos no recorrente, as pessoas sempre a perguntar quando começa, mas falta autorização da tutela", disse ao CM Adelino Calado, diretor do Agrupamento de Carcavelos.
Os novos Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP), que vão render os CNO, deviam ter arrancado este ano letivo, mas só no início deste mês viram a análise às candidaturas ficar concluída e a data de entrada em funcionamento é uma incógnita.
À espera estão dezenas de milhares de adultos e cerca de 5 mil técnicos e formadores que perderam os postos de trabalho com a extinção dos CNO, estima Sérgio Rodrigues, da Associação Nac. de Profissionais de Educação e Formação de Adultos.
Cerca de 400 mil pessoas tiveram uma certificação escolar através do programa Novas Oportunidades, a maioria através dos processos de reconhecimento, validação e certificação de competências, que no novo modelo passam a incluir um exame final.
"É a dinâmica de exames imposta por Nuno Crato, que pensa que só porque avalia resolve. Um ministro com agenda ideológica que não fez uma única referência ao ensino de adultos nas suas intervenções recentes", critica Sérgio Rodrigues.
Os CQEP serão 206, cerca de metade dos CNO. "Vamos ter metade dos centros e alargamento das funções, porque também passamos a orientar jovens a partir dos 15 anos. Sem reforço das equipas será um sistema ineficaz", avisa Sérgio Rodrigues.
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