Sistema de ensino prepara mal os jovens para mercado de trabalho
Muita teoria e pouca prática. A opinião é de grande parte das empresas, mas também dos jovens, e surge nas conclusões de um relatório financiado pela União Europeia e apoiado pela Associação Empresarial de Portugal.
Helena Gata, uma das responsáveis pelo estudo, explica que o desencontro entre as capacidades dos jovens e aquilo que procuram as empresas gera desemprego ou trabalhos precários
Helena Gata refere que há um desencontro entre as expectativas das empresas e dos jovens
O relatório intitulado "Faz-te ao mercado", feito pela Tese - Associação para o Desenvolvimento, é apresentado esta terça-feira na Fundação Cidade de Lisboa. O objetivo foi perceber as causas do desemprego jovem.
Os empregadores questionados deram, em média, notas negativas ou neutras aos conhecimentos dos candidatos mais novos, aos conhecimentos práticos e à preparação com que chegam ao mercado de trabalho.
Do outro lado, os jovens acreditam que estão melhor preparados do que aquilo que dizem os patrões, mas o estudo sublinha que eles próprios se colocam, em geral, a meio da escala usada, o que revela que não sentem que a escola os preparou «em larga escala para a entrada no mercado de trabalho».
Um problema apontado para quem se ficou pelo secundário ou andou na universidade. A exceção são os cursos profissionais e de especialização tecnológica. Nestes casos, os jovens afirmam estar bem preparados e percebem o que devem fazer para ser aceites no mercado.
Em geral, o estudo conclui que que são «bastante negativas» as opiniões dos mais novos e dos empregadores sobre a forma como o sistema de ensino prepara os jovens.
Nuno Guedes
TSF:
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