Fonte:
www.ionline.pt/portugal/novas-oportunida...er-possivel-formacao
Os cursos das Novas Oportunidades que apenas reconhecem as competências adquiridas ao longo da vida acabaram. A partir do próximo ano lectivo, um adulto que quer ver certificada a sua experiência escolar ou profissional tem também de tirar uma formação complementar. O anúncio foi feito ontem pela secretária de Estado dos ensinos básico e secundário, Isabel Leite, após serem conhecidos os resultados da avaliação ao programa Novas Oportunidades. O estudo, do Instituto Superior Técnico, conclui que a certificação de competências só tem algum impacto na probabilidade de arranjar emprego se for associada a formações complementares.
A investigação analisou e comparou o percurso de 200 mil jovens e adultos que passaram pelo programa Novas Oportunidades entre 2007 e 2011 com o de outras pessoas com habilitações iguais que não estiveram envolvidas no processo de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC). Segundo o coordenador do Estudo, Francisco Lima, nem o reconhecimento de competências equivalente ao 12.o ano aumenta a probabilidade de o formando integrar o mercado de trabalho. É apenas nos cursos de educação e formação de adultos outra vertente do programa Novas Oportunidades que as hipóteses de encontrar emprego sobem 14%, existindo igualmente uma ligeira subida dos seus salários.
Esta conclusão levou Isabel Leite a anunciar que a aposta do governo vai incidir nos cursos de dupla formação (escolar e profissional) e ainda nas acções de curta duração vocacionadas para áreas com maior empregabilidade, como cursos tecnológicos, de higiene e segurança no trabalho ou marketing. O governo pretende que os processos de RVCC sejam, a partir de agora, encarados pelos adultos como pontos de partida para uma formação adicional, explicou a secretária de Estado dos ensinos básico e secundário.
A formação de adultos vai ser retirada aos Centros Novas Oportunidades (CNO), que passam a assegurar os processos de reconhecimento de competências e a encaminhar os jovens para formação, fazendo também a ligação entre entidades formadoras e empresas. Os CNO passam no próximo ano a denominar-se Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional e vão ver a sua rede redimensionada de acordo com as necessidades regionais. A redistribuição geográfica dos novos centros será feita em função do número de jovens com o ensino básico concluído em cada região e com o número de adultos com baixas qualificações.
São outras entidades formadoras devidamente certificadas que passam a assumir o papel dos CNO. As escolas mantêm também essa função, mas através do ensino recorrente que ficará centrado sobretudo no ensino de adultos que querem concluir o secundário ou prosseguir os estudos. São as principais linhas orientadoras do programa que, segundo o ministro Nuno Crato, custou mais de 1800 milhões de euros.