Temos que ter presentes que os valores que referem de 30 e 43 euros são valores máximos definidos para formação financiada. A entidade pode ou não pagar esses valores. O que é verdade é que não recebe o que não paga, ou seja se eu pagar 10 só recebo do financiamento 10, e não so 30 ou 43 máximos, logo não há qualquer tipo de exploração. Não se esqueçam que as entidades adiantam o dinheiro e só depois de pagarem e efectuarem pedidos de reembolso são, desculpem a redundância, reembolsadas. Logo se gastarem menos, menos se empenham.

Quanto à formação não financiada para se poder pagar esses valores hora era preciso que o mercado estivesse receptivo a pagar o correcto pela formação que compra (ou então que o mercado estivesse receptivo a comprar formação!) e que visse nela uma mais valia certeira para o desempenho dos seus colaboradores. Essa mais valia nem sempre acontece e muitas das vezes nem é por culpa do empresário como à primeira vista todos pensariam mas dos próprios colaboradores que não estão interessados em mudar hábitos... (desculpem o desabafo)...
E reparem que quando se apresenta a proposta ao cliente para ele decidir o curso já vai muito preparado. Normalmente o formador entra numa fase posterior com a estratégia de actuação já delineada.

Quanto consideram ser um valor justo a pagar por hora de formação? (Não esquecendo de ler a resposta do António Sousa que está muito bem elaborada e que propõe pontos de análise paracalcular um valor justo a receber bastante lúcidos, ponderados e correctos.)

Efectivamente não conheço nenhum caso em que as empresas não cobrem os valores máximos pela formação subsidiada.
Pagam é aos formadores valores menores do que aqueles que "por lei" deveriam pagar.
Como?
Através de colocar outras pessoas da própria empresa a dar parte desses cursos até chegar aos valor total do financiamento - outro esquema "brilhante".
Não me venham com a conversa de que as empresas promotoras têm problema em endividar-se, sobretudo porque na grande maioria dos casos "financiam-se" à custa de não pagarem aos fornecedores, neste caso os formadores!
Isto quando pagam...

Felizmente conheço empresas a pagarem pelo valor de tabela em formações financiadas. Não sei se mantém esse procedimento... Onde estou é normal pagarem pela tabela.

O que acontece frequentemente é que a entidade promotora é diferente da entidade formadora. Ou seja, o recibo do formador não vai directamente para para as contas do financiamento, o que vai é a factura global da entidade formadora. Logo, a entidade formadora tem todo o interesse em pagar o mínimo possível ao formador para que possa maximizar o seu lucro.

A desafectação de custos da estrutura da entidade formadora também é muito normal, sim senhor.

Esquemas mais ou menos bem elaborados existem em todo o lado...
Mas, se no sistema actual de financiamento apenas se recebe quando se demonstra o comprovativo efectivo de pagamento ao fornecedor (não se comprova apenas com o recibo deste mas com o comprovativo bancário de pagamento) não me parece que as entidades se financiem à custa dos formadores... mas claro a ética e a responsabilidade de como se actua no mercado diferem de entidade para entidade. Há de tudo, infelizmente.

Já agora, como funciona a atribuição dos fundos concedidos às entidades: após aceitação por parte da entidade e a emissão do termo de aceitação pela entidade gestora de financiamento, são transferidos 15% do total do valor anual atribuido após se iniciar a formação. Este dinheiro tem que ser gerido pela entidade para cobrir os custos iniciais de publicitação, pessoal, fornecedores, recursos, etc.
Novo dinheiro só virá com comprovativo, através dos pedidos de reembolso que podem ser mensais.
(Tudo sobre este tema em: Decreto Regulamentar n.º 84-A/2007 de 10 de Dezembro)

Eu também conheço casos de formadores que nunca receberam, ou que estiveram anos para receber... como a entidade foi buscar o dinheiro correspondente, chamem-me ingénuo, mas não sei...

Gostei do comentário do amrsousa, com o qual me identifico na prática.

Apesar do que há muito que digo apenas "não" a propostas abaixo de 30€/h para FPIF (e as intra-empresa são bem outra conversa). Quanto muito, se abro excepção, sublinho bem que o é. Por exemplo, quando seja a primeira vez que trabalho com determinada empresa: aí aceito um valor para eles verem como eu trabalho, mas fica logo esclarecido que, a continuar a n/ colaboração, apenas com os valores actualizados.

Mas ainda mantenho uma relação antiga de FPIF a 20/h... Por verdadeiro amor à camisola.

Compenso com outras!

Mas a 60€, como dizia o Jorge Nevez, infelizmente, nunca fui paga!

E já era formadora no tempo das vacas gordas, já.

Mas se calhar era muito ingénua! ))

Um abraço a todos!

Concordo em muito com o que foi aqui dito!!!

Como o mercado anda é lógico que alguém há-de aceitar a proposta mais baixa que pode haver, mas cabe a cada um de nós modificar essa mesma situãção e o primeiro passo é recusar propostas humilhantes!!1Há que saber valorizar-se mais a si próprio e o seu trabalho para que outros também o façam!!! Dei formação a licenciados e a instituição que me pagou cumpriu com o que está previsto cerca de 45euros/hora....



Não tenham problemas em dizer que não!!!!! se todos o fizermos certamente as coisas mudarão!!!!