Bem-vindo, Visitante
Nome do utilizador: Senha: Memorizar
  • Página:
  • 1
  • 2

TÓPICO: Esclarecimento

Esclarecimento 15 anos 1 mês atrás #6830

  • D.F.
  • Avatar de D.F.
  • DESLIGADO
  • Novato
  • Mensagens: 13
  • Carma: 0
Boa tarde a todos

Sou formadora e fui contratada recentemente por uma empresa se formação para dar um módulo de 50 horas, para profissionais de uma instituição, que se encontram no activo.

Deparei-me com uma situação bastante caricata, no meu ponto de vista. A Directora dessa instituição quer assistir a toda a formação, não como formanda, alegando que deve ser a ponte entre o que é dito na formação, aos formandos presentes, e o que esses mesmos formandos passarão aos restantes funcionários da instituição, para não haver maus entendimentos do foi dado na formação.
Será esta situação normal? Já tenho trocado impressões com outros colegas e nunca ninguem ouviu tal situação.
Será que existe algo legislado que me proteja nesse sentido? Enquanto formador não me parece razoável aceitar esta situação, pois esta a ser posto em causa o meu profissionalismo.
Não é o facto de estar presente que me incomoda (claro que causa sempre algum desconforto), mas está em causa a prestação e participação dos formandos, que estão constantemente a ser observados nas suas opiniões e vão-se sentir inibidos, como é de esperar.

Gostava de saber a vossa opinião sobre este assunto.

Grata.
O adminstrador desactivou a escrita pública.

Re: Esclarecimento 15 anos 1 mês atrás #6840

  • Yara
  • Avatar de Yara
  • DESLIGADO
  • Aspirante
  • Mensagens: 60
  • Obrigado recebido 1
  • Carma: 0
Daniela.

Não é nada normal que isso aconteça,uma vez que a dita senhora directora não é formanda...
Estou a dar cursos onde os/as chefes de secção/bloco de trabalho também são formandos/as e aí sinto-me à vontade, apesar de saber que tenho de ter mais cuidado mas não acho normal que alguém superior queira assistir, sem ser formando/a...

Aliás, nessa formação existem dois superiores e quando esses superiores aparecem, as pessoas da formação ficam diferentes, intimidadas e com receio pos são superiores muito "rigorosos" e "meticulosos" com os/as colaboradores/as.

Dá-me a sensação que não vivem um bom clima de trabalho no dia-a-dia por isso... mas como não é nada comigo, abstenho-me, embora veja coisas que não são normais...

Acho que deve falar com a entidade formadora e perguntar como deve agir...
O adminstrador desactivou a escrita pública.

Re: Esclarecimento 15 anos 1 mês atrás #6846

  • António Vieira
  • Avatar de António Vieira
  • DESLIGADO
  • Profissional
  • Mensagens: 283
  • Obrigado recebido 9
  • Carma: 5
Na realidade não é muito normal, mas sendo essa senhora o "cliente" não há muito a fazer...
A minha "técnica" e/ou recomendação para essa situação é transformá-la num formado!
Isto é, envolvê-la na formação e verá que ou ela participa e até será engraçado para todos ou literalmente se irá embora.
B)
O adminstrador desactivou a escrita pública.

Re: Esclarecimento 15 anos 1 mês atrás #6852

  • Madre
  • Avatar de Madre
  • DESLIGADO
  • Moderator
  • Mensagens: 208
  • Obrigado recebido 1
  • Carma: 4
Concordo inteiramente com o que dizem os colegas, o que me faz lembrar aquela rábula dos Gato Fedorento em relação ao discurso do Prof. Marcelo de Sousa sobre o aborto... Aqui não tanto numa de "é proibido, mas pode-se fazer", mas um pouco na ordem do "não deveria ser, mas pode ser". Sim, já me aconteceu. Não, não me incomodou, mas porque eu já era algo experiente e porque a "infiltrada" em causa era uma pessoa de excelente presença, boa fé e simpatia. Ainda assim, não considero correcto, na medida em quetende a desvirtuar a relação pedagógica, abanando alguns alicerces como a própria Daniela reconhece, sem que a sua resistência se deva a mais do que isso, o que, de si, já é excelente. A estratégia de envolver a "assistente" tornando-a formanda parece-me a melhor, de facto. Por fim, não faz um mês aconteceu-me algo só em parte parecido: dei formação numa instituição humanitária, e o seu fundador, para além de ter manifestado uma gentileza extrema, fez questão de aparecer em sala sempre que pôde. Ao início poderíamos pensar que tais interrupções por parte de alguém externo ao grupo poderia revelar-se factor de instabilidade. Todavia, bem antes pelo contrário, constituiu sempre uma espécie de lufada de ar fresco, dado tratar-se de alguém que sabe muito bem como estar, enriquecendo-nos a todos com a sua infindável experiência e - sem dúvida - fazendo com que a minha mensagem se aproximasse ao máximo das reais necessidades de uma "casa" que ainda me era desconhecida. Mas - lá está! - isso aconteceu de uma forma extremamente natural, nada planeada, e são esses "pequenos nadas" que ditam o clima pedagógico e a forma como nos sentimos à vontade ou condicionados dentro de sala. Perante a sensação ou o receio de desconforto, o ideal seria poder verbalizá-lo, colocá-lo à consideração da outra parte e discuti-lo de forma saudável e aberta, pois a falar é que a gente se entende. Assim, mesmo que se mantenham as determinações, pelo menos haverá lugar a alguma tomada de consciência dessa senhora directora, e quem sabe isso não a tornará numa forte aliada? :-)

Boa sorte!
O adminstrador desactivou a escrita pública.

Re: Esclarecimento 15 anos 1 mês atrás #6853

  • D.F.
  • Avatar de D.F.
  • DESLIGADO
  • Novato
  • Mensagens: 13
  • Carma: 0
Boas

Agradeço imenso as vossas opiniões e sugestões, mas parece-me mais grave do que inicialmente me pareceu. Noto efectivmente que pretendem um certo controlo daquilo que é passado por mim, enquanto formador às formandas, como também controlo daquilo que as formandas possam dizer ao formador.
Depois o tipo de abordagem também não foi de todo o correcto. Não houve um pedido de opinião ao formador tal como " Não se importa que assita às sessões?", mas sim uma imposição.
A formaçao é financiada pelo Estado. Não é a instituição que paga ao formador, mas sim o Centro de Formação que me contratou.
Acho esta situação uma condicionante total à actividade formativa, apresentando uma concepção muito diferente do que eu entendo por formação profissional.
Até que ponto deverei compactuar com esta situação? É uma questão que ainda estou a tentar ponderar.... Será que o formador se deve sujeitar a estas condições de trabalho?

Cumprimentos
O adminstrador desactivou a escrita pública.

Re: Esclarecimento 15 anos 1 mês atrás #6871

  • Madre
  • Avatar de Madre
  • DESLIGADO
  • Moderator
  • Mensagens: 208
  • Obrigado recebido 1
  • Carma: 4
Bom... Sabemos que o formador, para bem o ser, recorre não apenas ao seu enxoval técnico-pedagógico mas muito (e muito, e muito...) à sua energia, à sua motivação, à sua inspiração, à sua naturalidade, a tanto quanto o faça sentir-se bem consigo para poder transmitir isso ao grupo, empatizar com ele, contagiá-lo. Se deve compactuar com aquilo que lhe não parece bem? Por tais motivos, não! Agora: dizes que manténs (pode ser o "tu"?) um vínculo disciplinar com um Centro de Formação. Não terás por lá "a pessoa certa" a quem narrar o caso; alguém sensato que te possa ajudar a desembaciar as ideias (que começo a entender que possam estar turvadas, pois que o caso o parece justificar)? É que, se não, Daniela, talvez estejamos perante um daqueles casos em que só o próprio poderá decidir, sem certezas nenhumas à partida, só mesmo o esperar para ver. Bem sei que um simples "não" é o mais apetecível, mas também é verdade que a perda de uma formação não é assim tão desejável. Se crês que, mesmo condicionada, podes fazer alguma coisa por aquela gente e te apetece, arrisca; se sentes que não serás tu mesma, reflecte. Mas equaciona bem se o teu receio não será superior à ameaça. Mas segue os teus feelings... Se a coisa te cheira a esturro, pode não ser pro acaso!

Lembrei-me de outra passagem, entretanto: há uns tempos fui convidada por uma ex-professora minha para falar aos seus alunos, 20 anos (cof, cof, cof.. é verdade) de eu ter estreado, como aluna, um curso técnico-profissional naquela escola. Era suposto ser uma conversa informal, para inspirar os jovens e blá, blá, blá. Mas assim que comecei a falar, a Directora lá do tasco pôs-se com intervenções destas, ao vivo: "E diga-lhes que isto e aquilo, que é para eles o ouvirem dito por si"; "E diga-nos o que acha desta história que se passou com aquela aluna (apontando para ela); "E fale-nos disto, e sublinhe aquilo, e repita acoloutro". Ia-me saltando a tampa e quase que parava ali a conversa para lhe perguntar: - "Mas afinal fui chamada cá para dizer o que eu acho, ou para dizer o que você acha?". Felizmente contive-me, mas, pensando bem, não aguentaria coisa semelhante numa acção em que eu fosse a formadora. Donde, percebo-te bem. A razão não sei onde a coloque, mas desejo-te o melhor.

- O formador não é um papagaio, um megafone para a voz de outros, nem um pau mandado!
- Por vezes, aquilo que desconhecemos parece-nos ser mais grave do que na realidade o é!...

E eu coloquei estas duas premissazitas da treta, porque eu veria para qual me inclinaria mais!

:-)

Se avançares com isso, depois contas-nos? ;-)

Um abraço!!!
O adminstrador desactivou a escrita pública.
  • Página:
  • 1
  • 2
Tempo para criar a página: 0.037 segundos