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TÓPICO: Cursos EFA - Educação e Formação de Adultos

Cursos EFA - Educação e Formação de Adultos 14 anos 8 meses atrás #8492

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Os cursos de Educação e Formação de Adultos – cursos EFA- destinam-se a adultos com idade igual ou superior a 18 anos, que não tem qualificação ou sem qualificação adequada, que lhes permita integrar ou progredir no mercado de trabalho. No contexto actual, os cursos EFA assumem-se como um instrumento para combater os índices de desemprego e baixa qualificação que caracterizam o país. No entanto, em Dezembro de 2009, o professor Medina Carreira arrasou os cursos EFA e o programa Novas Oportunidades, classificando-o de "trafulhice" e "aldrabice". Segundo ele: “ O programa Novas Oportunidades é uma trafulhice de A a Z, é uma aldrabice. Os alunos não sabem nada, nada (…) fazem um papel, entregam ao professor e vão-se embora. E ao fim do ano, entregam-lhe um papel a dizer que têm o nono ano”.
Será que estamos mesmo perante uma “Aldrabice”? ou os cursos EFA são realmente uma alternativa ao ensino básico e secundário e estão a ter um papel preponderante no combate ao desemprego e ao défice de qualificação de Portugal?
http://www.cursosefa.net
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Re: Cursos EFA - Educação e Formação de Adultos 14 anos 8 meses atrás #8494

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Sabe que, hoje em dia, a comunicação social dá importância a quem diga umas coisas assim mais ásperas, a quem seja polémico nas suas afirmações, a quem, em suma, dê nas vistas....a quem não tenha nada para dizer, mas que seja relevante pela forma como o diz...e se gritar..melhor...:)

Veja, por exemplo, que se convidam sempre os mesmos....Marinho Pinto, José Castelo Branco, Medina Carreira...:dry:

Na minha modesta opinião ( e..eis-me a despir a pele de "formador"), ele não sabe o que diz. Não passam de afirmaçõs gratuitas, avulsas, sem nexo...e que não me merecem, para mim, o minimo crédito, vindas de quem vem.

Admitindo que ele NUNCA deu cursos EFA, NÃO conhece a realidade, nem imagina do que fala, pelo que só posso interpretar tais declarações, como um aproveitamento politico..nada mais.

Falta de respeito pelos agentes envolvidos e, particularmente, pelos formandos, foi o que MC demonstrou!

Em termos práticos, e respondendo às suas questões, os EFA'S tem tanto de sério e de aldrabice, como tem as universidades e cursos afins...onde também se atiram testes ao ar e se passam os alunos, cujas folhas cairam em cima da cama...

Ou seja, como em tudo, a seriedade e dignidade das coisas, depende sempre dos agentes envolvidos, logo, tanto há bons professores universitários, como há bons formadores..tanto há maus professores, como maus formadores...

Não tenho dúvidas que os EFA's estão a ser uma grande alternativa para a qualificação das pessoas que, em momento oportuno e por vicissitudes da vida, não puderam completar os seus estudos; cursos que têm melhorado a vida e a personalidade dos alunos, tornando-os "melhores" pessoas...gente que trabalha muito e se dedica de alma e coração!!!!!

Agora, falo por mim e por muitos colegas que, sei, lutarem pela exigência e pela credibilidade da formação, que são exigentes e rigorosos, que não validam os formandos por "dá cá aquela palha"...agora, sim... a ideia é os formandos validarem..mas isso também acontece no ensino "normal"...a ideia é que todos tenham aproveitamento!

Simplesmente, os métodos são diferentes!

Não..não digo que não há a história (porque não tenho a veleidade de pensar conhecer tudo) de "entregar o papel ao professor e vão-se embora com o curso"...na minha realidade, isso não acontece!

Vejo todos os dias, gente a saber mais, a querer saber mais, felizes pela oportunidade, felizes pelo conhecimento e pela partilha..pela porta aberta para uma vida melhor que estes cursos tem sido.

Realidade, também: os EFA's, tal como os cursos superiores, não prometem empregos!

Só tenho pena que a comunicação social não projecte da mesma forma, as experiências e as mudanças que os EFA's tiveram na vida das pessoas e que são relatadas no programa "Iniciativa" (perdido na programação da RTP2)...com certeza que, hoje, a opinião públcia teria uma ideia diferente das Novas Oportunidades.
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Re: Cursos EFA - Educação e Formação de Adultos 14 anos 8 meses atrás #8500

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Obviamente que os formandos saem a saber mais do que entraram, mas sinceramente apanhei muito muito muito poucos, se algum, que na realidade merecesse a habilitação que lhe foi conferida....

Ainda hoje tive a corrigir trabalhos de formandos que vão ficar com o 12º ano, que num ensino "a sério" nem no exame do 7º ano passavam...
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Re: Cursos EFA - Educação e Formação de Adultos 14 anos 8 meses atrás #8501

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Vou falar também do que não sei e não vi; mas daquilo que retirei do que ouvi de três alminhas que, essas sim, por isso passaram, duas delas como alunas e uma outra como alta responsável, e pegando no conceito do colega Rui de que "os métodos são diferentes". Pois é: diferentes e pouco exigentes, isso é certo! O Estado não quer passar quem é capaz, mas passar um grande número, isso também a mim parece. Não vou dizer que, pelo meio, não apareçam alunos com imensas capacidades, com imenso empenho e com imenso mérito, a quem deva dar gosto poder atribuir-se uma boa nota. E não vou dizer que, pelo meio, não apareçam bons docentes, com cultura, consciência e verdadeira entrega à causa. Mas o pior são os outros que por lá abundam à vontade, sendo que mesmo esses permancecem; os profs ganham o seu, os alunos passam, bastando para isso que por lá estejam e façam uns rascunhos, é verdade. Mais: muitos deles se indignam quando o prof. lhes passa um TPC, porque "sabem de um amigo que está numa escola em que não há TPC's". Ora,se o prof. lhes passa um TPC, não será possível que esteja a tentar elevar-lhes as competências? Bom, também é possível que não saiba o que mais fazer, como até nós por aqui vamos vendo que acontece amiúde, pelo que se calhar não precisamos de Medinas Carreiras e outros que nos falem disso, digo eu. Comecei por dizer que não posso falar do que não sei e não vi; mas vi já uma "história de vida" que serviu de trabalho final a uma aluna que assim concluiu o 12º ano, após sucessivos vai-e-vens do documento ao professor, para rectificação sobre rectificação, até aquilo quase não ter nada de original, quase nada da autoria do aluno, senão a intenção. Como aula, até que poderia considerar que aquilo valesse; agora como trabalho de avaliação final, enfim!... Fiquei bastante chocada com o que vi, confesso. É certo que o aluno terá aprendido alguma coisa com aquilo, mas também o é que o seu nível real se há-de ter mantido muito próximo daquilo que ele começou por (d)escrever, e posso assegurar-vos que era muito, mas muito fraco; muito abaixo do que seria pedido a um 9º ano, na realidade. No início deste comentário também referi uma pessoa que é hoje responsável num CNO, depois de se ter jubilado da profissão de professora que exerceu toda a vida. Ela diz que é adorável perceber como alguns alunos (e refere-se muito aos mais séniores) crescem, se redescobrem e com isso florescem em inúmeros domínios da sua vida, como que se operando um verdadeiro milagre em todo o seu eu (capacidades, auto-estima, potencial relacional, enfim). É isso que a faz permanecer ao serviço. E eu entendo-a. Ainda bem que sempre vão existindo pessoas que merecem as oportunidades que se lhes dão, e isto é sincero. Todavia, isto não significa que devamos reconhecer competências quando as pessoas não as detenham. Também eu me poderia sentir importante se fosse um PhD em Engenharia Genética, mas duvido que me fossem passar tal certificado sem antes testarem o que eu sabia sobre a matéria. E também aqui discordo com o colega Rui: não, não é como nas universidades, apesar de também nessas haver injustiças, como em tudo. É que numa universidade eu sou mais ou menos anónima; daí que mesmo cheiínha de boas intenções, com uma carinha laroca e até com algum estudo feito, a verdade é que ou atinjo os resultados que a escola me impõe, ou chumbo. É bem diferente...!
Já agora, não sou nada daquelas pessoas que ficam danadas por terem que estudar mais anos do que os da geração seguinte. Eu adoro o conhecimento e menosprezo os papelotes que nos dão no fim dos cursos, por isso nem a coisa passa por aí. O que me chateia mesmo, é essa necessidade de elevar (aldrabar) os números estatísticos, quando o correcto seria deixar que eles espelhassem a verdade, para se poder trabalhar seriamente sobre ela. Assumir que temos um imenso (!) grau de atraso na cultura das massas, seria o primeiro passo para uma reconstrução séria. Nunca começar por mentir levará a algo verdadeiro. E se um dia pudéssemos comparar o grau de cultura destes alunos com os da maioria da Europa, não sei se diríamos mal de todos os Medinas Carreiras da nossa praça. Que não se confunda isto, com o facto de termos brilhantes alunos na investigação, alguns deles seguindo depois muito boas carreiras internacionais. Pode não ser uma grande percentagem (porque não é), mas que os há, há. Eu estou é a referir-me às bases, à conquista do ensino obrigatório passado, presente e futuro. O nosso atraso no ensino é histórico: Portugal é o país da Europa com maior percentagem de pessoas que não sabem ler nem escrever; são quase um milhão de analfabetos e em 2001 apenas um terço da população completara o 1.º ciclo do Ensino Básico), e a solução não passa por facilidades do tipo "borla". Há que ensinar quem não sabe. Há que educar quem precisa. E há que testar, com seriedade, se o sistema permite mesmo a aquisição, por parte dos alunos/formandos, de conhecimentos e competências essenciais, úteis e eficazes. Porque se se nos permitirmos andar na balda com isto, decerto que pagaremos bem cara a factura amanhã...

Um abraço, de quem não fez qualquer parágrafo naquilo que escreveu, mas ao menos nota a falta deles.
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Re: Cursos EFA - Educação e Formação de Adultos 14 anos 8 meses atrás #8513

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PS - Quando escrevi o que escrevi, ainda o comentário da Crybaby não tinha sido publicado. Eu a estabelecer a relação "diploma de 12º com nível de 9º" (já para não exagerar, que não sou de dentro da "casa"), e eis senão quando a minha consciência crítica consegue ficar mais descansada!

... Mas só essa parte da consciência! :-S
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Re: Cursos EFA - Educação e Formação de Adultos 14 anos 8 meses atrás #8524

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Bravo, Madre! Eu não diria melhor...

A minha opinião, de quem está nos EFA básico e secundário desde o início, com muitos cursos cursos leccionados em mais de duas dezenas de entidades, entre as quais o IEFP...

É que, salvo as devidas excepções - que de facto nos deslumbram - o grau de exigência das entidades e dos próprios formadores é muito baixo.

Começa com o recrutamento dos formadores, que muitas vezes são seleccionados sem experiência profissional e sem qualquer experiência pedagógica. Continua com a postura algo permissiva dos mediadores e da coordenação dos cursos.

Chega-se ao ponto de, nalguns EFA que possuem como formandos aqueles adutos mais velhos, que vieram do sistema de educação antigo (antigo 5º ano do liceu), eles corrigirem erros de português dados pelos formadores mais jovens e menos experientes...

Também é verdade que muitos destes formandos são excelentes, empenhados e motivados e nos ensinam imenso...e merecem dessa forma o certificado que lhes é atribuído no final...

Mas também há os outros, que acabam por se aproveitar do sistema, que é facilitista e não incute uma verdadeira filosofia do esforço, do trabalho e do sacrifício para se conseguir algo.

No entanto, como esta política facilitista é tranversal a todo o sistema educativo, considero difícil visualizar uma luz ao fundo do túnel.

Será porventura perverso rotular todo o sistema como uma "farsa", mas também me parece irrealista traçar um quadro demasiado cor-de-rosa neste domínio...pois há de facto muita irresponsabilidade e falta de profissionalismo, de todas as partes envolvidas.
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