Caros Colegas
É com grande satisfação que faço a leitura das vossas opiniões, na medida em que estão aqui excelentes contributos para um formador dos cursos CEF. Não generalizando, a maioria dos jovens que frequentam estes cursos têm uma história de insucesso e abandono escolar, associada a uma vida familiar muitas vezes difícil e nalguns casos desestruturada.Se aliarmos a estes dois factores o pouco gosto pelos métodos de ensino tradicional, a baixa motivação por um curso que até nem queriam "tirar" e a existência de mais 15 ou 16 colegas com problemas semelhantes, poderemos facilmente concluir que a tarefa de um formador não será muito fácil.
Concordo com a vossa posição de flexibilidade e de rigor. Uma não invalida a outra, pelo contrário complementam. Flexibilidade nas relações que se estabelecem, nos métodos utilizados nas opiniões emitidas. Rigor no cumprimento de regras de comportamento essenciais ao funcionamento normal de um grupo, Rigor na execução das tarefas de trabalho; Rigor no respeito pelo formando e este no respeito pelo formador.
Tentar conhecer cada um deles; compreender os seus comportamentos à luz das suas vivências, porém definir claramente o que é aceitável e o que não é adequado numa sala de formação.
Confesso que na minha vasta experiência como formador, estes grupos são dos mais difíceis de gerir e de trabalhar, mas as vitórias que juntos tivemos quer no desenvolvimento das aprendizagens, quer na adopção de comportamento e atitudes mais positivas, são de facto muito saborosas e marcantes.Um desafio permanente que deveria ser assumido por toda a equipa de formadores, com estratégias comuns e negociadas (o que muitas vezes não acontece).
Um abraço
Mário Martins