Olá,

Terminei há pouco mais de um mês o meu Curso de Formação Pedagógica Inicial de Formadores (ainda estou à espera do CAP).
Querendo iniciar-me como formadora, comecei a ver anúncios e todos eles pedem pessoas com experiência. Como não a tenho, sujeitei-me a fazer uma espécie de estágio num centro de formação. (Estava desempregada e a ideia era estar lá enquanto não encontrasse emprego, e posteriormente integrar a bolsa externa de formadores, em horário pós-laboral).
Aí disseram-me que apesar de não pagarem as primeiras formações, passariam a declaração com as horas dadas.
Deram-me três cursos para dar com 22 horas cada um, que eu aceitei justificando que enquanto não tivesse emprego poderia dar essas sessões em horário laboral.
Comecei a dar os primeiros dois cursos e entretanto arranjei emprego (no centro de formação, naturalmente, substituíram-me). Fiz um total de 24 horas de formação. E agora não me querem passar a declaração justificando que eu não dei os cursos até ao fim.

Isto pode acontecer? Há alguma lei que nos obrigue a dar um curso até ao fim? Curiosamente no meu CFPIF tive várias formadoras e não apenas uma.
Este centro de formação é ou não obrigado a passar-me a declaração, como combinado incialmente?

Se souberem responder-me... agradecia!
Obrigada,
SCastro

Caro colega,

Eu saber, não sei. Mas pensar, penso. Ou, pelo menos, penso que penso (lol). E penso assim: se o colega nunca estabeleceu nenhum contrato (nem sequer verbal, porque a palavra ainda é suposto valer alguma coisa) comprometendo-se a ministrar o curso inteiro (e não me diga que eles queriam que fosse um só formador a ministrar uma acção de FPIF inteira?!? - é que se sim, nem tenho comentários!), então não lhes deve nada. Eles sim, devem-lhe uma declaração em como o colega ministrou X horas de Y módulos. Aliás, mesmo que o colega tivesse quebrado o contrato, uma coisa não deveria obstar à outra. A meu ver, trata-se aqui de uma chantagenzinha muito feia. E se por acaso tiver testemunhas que o defendam, a minah sugestão é (é sempre!) a de que se imponha!!!

Boa sorte.

Para mim, a única lei que obriga dar um curso até ao fim, é a Lei do Bom Senso e do Profissionalismo.

Já me falaram (não vi e nem li) que alguns contratos o obrigaram, sob pena de existirem sanções pecuiniárias para os formadores.

Sobre o certificado ..terá sempre direito a recebê-lo, porque o mesmo apenas resume as horas que ministrou e, aí, sendo um facto que as deu...horas são horas!

Rui: Mesmo essa realidade (muito verdadeira) do bom senso, só se aplicaria se o colega soubesse, desde o início, que era suposto ser ele a ministrar TODO O CURSO DE FORMAÇÃO DE FORMADORES (!), o que, de si, me parece algo tolo. Não obstante, assim combinou com a empresa e não cumpriu, poderemos dizer que desrespeitou as normas do bom-senso e que não foi profissional; se, pelo contrário (como me parece ter sido o caso), nunca sequer apalavrara tal coisa, então é claro que terá ficado surpreendido. Num ou noutro caso, "horas são horas", claro!

Ressalva: era "Não obstante, SE combinou com a empresa e não cumpriu (...)"

Caros, a declaração de horas é emitida em relação a um curso ou a um módulo de um curso. No caso a que se refere não terminou o curso. Ora, quando nos comprometemos em algo, independetemente de existir um contrato escrito ou não, devemos assumir a responsabilidade da nossa escolha.

A forma leviana conforme decidiu desvincular-se do seu compromisso, vai mais longe da simples decisão de não terminar o curso a que se propôs. Para ser formador não basta um curso, acima de tudo tem que existir responsabilidade pelas pessoas que estão dentro da sala e que se inscreveram para ganharem mais competências. Por acaso quando tomou a decisão de abandonar o curso pensou nos formandos??? Não!

Pensou unicamente em si e na declaração de horas que acha que tem direito. Pois deixe-me que lhe diga que direito a essa declaração não tem, porque não cumpriu a duração do curso e como já referi a declaração corresponde ou à duração completo do curso ou ao módulo completo que ministrou. Depois acha que tem moral para exigir o que quer que seja, depois de se ter comprometido com o centro de formação e com os formandos??? Onde pára a sua sensatez? Onde pára a responsabilidade?

Por acaso acha que se continuar com esta postura trabalha onde??? O mundo da formação é muito pequeno em Portugal, quase todos os centros de conhecem... acha que não existem referências??? Sem comentários!!!!

Trabalhe com brio. Faça o seu trabalho a sua marca. Deixe um rasto de profissionalismo por onde passa. Assuma sempre os compromisso em que se envolve independentemente de terem sido más escolhas. Construa um NOME enquanto formador.

O dinheiro é importante, mas é o profissionalismo que lhe ´dá trabalho e lhe afaga o ego.