maria1234 escreveu:Boas
Tenho de concordar com o colega, principalmente no que respeita a formação contínua, ou formação em empresas, ou na formação inicial (EFAs e afins) quando o domínio tecnológico tem maior especificidade.
É evidente que a transmissão do saber-fazer só é possível se se já tiver experiência em fazer.
A questão é que os referenciais de formação tecnológica foram elaborados provavelmente por quem nunca fez...e os respetivos conteúdos são muitas vezes teóricos, repetitivos e absurdos. O que leva a que qualquer pessoa, com a ajuda de um manual, possa dar umas luzes.
A culpa é em grande parte das entidades, que selecionam qualquer formador desde que tenha CAP e disponibilidade. E nesta altura, com a falta de trabalho que há, se for proposto a um formador uma matéria que não domina ele vai provavelmente aceitar, e depois pedir material aos colegas.
Já estive inserida em centros de formação onde por exemplo:
-Um formador de psicologia deu várias ufcds de um cursos EFA de turismo;
-Uma formadora de contabilidade deu várias ufcds de um curso EFA de apoio familiar e à comunidade;
-Uma advogada deu uma ufcd de património histórico num curso EFA de turismo;
-Uma formadora de serviço social deu várias ufcds de um curso de secretariado e recursos humanos;
ufcds técnicas, com conteúdos especificos e formadores que nunca tinham trabalhado na área.
Resultado: os alunos faziam umas "pesquisas", o formador dava umas "fotocópias", os formandos não aprenderam grande coisa mas ninguém se preocupou muito com isso. Desde que fossem entregues as planificações, o manual e as avaliações, está tudo bem!
Este cenário vai ser cada vez mais a realidade.
maria1234
Mas isso também vai do bom senso dos formadores.
Por mais que rpecisem de trabalhar e queiram aceitar deviam estabelever os seus próprios limites e não aceitar áreas que não lhes dizem respeito.
Por mim falo, quando me aparece uma área que não é a minha área e na qual sinto que não vou ser boa formadora sou a 1ª a dizer à entidade. E muitas vezes tenho que dar grandes justificações (coisa que não sendo da área não deveria ser necessária, eles deveriam ver) porque senão ainda ficam a pensar que não quero trabalhar e nunca mais me dão nada...
Já rejeitei 5 formações por causa disso e ainda tive que justificar porque estava a dizer que não, porque pelos vistos não era perceptível que não era da minha área...
Os formadores devem ser responsáveis para saber até que ponto podem transmitir os conhecimentos na área ou não...
Sim, e é como diz, este cenário vai ser cada vez mais realidade, porque ao que se está a ver na formação...