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TÓPICO: Cursos do IEFP passam para Min Edu?

Re: Cursos do IEFP passam para Min Edu? 12 anos 1 dia atrás #14841

  • cmpfonseca
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Cara colega,

Faço minhas as suas palavras! Faço minha, a sua revolta!

Raramente, participo em fóruns, devido a ter uma vida bastante ocupada, e apenas intervenho quando o assunto se me revela de elevada importância, e neste momento acho pertinente tecer alguma consideração.

Sou formadora na área da Gestão desde 2004, portanto área Tecnológica, e sou igualmente consultora especialista na minha área de competência e que é RH.
Tenho ao longo destes anos, pautado a minha conduta profissional, pela ética, pelo rigor e pela competência. Pelo que determinadas considerações que li neste fórum me causaram alguma indignação, já para não dizer alguma falta de paciência para uma certa "estupidez" que começa a pairar no ar.

Respondendo aos comentários do "Sr. Professor", que tanto falou de supostas "cunhas", permita-me que lhe diga, que as mesmas existem em todo o lado, mas que não é através de "cunhas" que se faz um formador.
Um formador é avaliado pela entidade, pelos formandos, pela empresa cliente e tem de atingir objectivos concretos, sendo que, se não der o seu melhor e se não tiver as competências adequadas não volta a ser contratado por essa mesma entidade. Deverá igualmente construir Manuais pedagógicos (de acordo com as exigências de cada entidade, devidamente actualizados em termos de conteúdos e coerentes com o grupo de formandos alvo da acção. Logicamente de acordo com os referenciais em vigor). Poder-lhe-á ser solicitado igualmente, a elaboração do programa de formação, tendo em consideração a tipologia do grupo de formandos e as necessidades da empresa. Sim, porque também se ministra formação em empresa, para activos e nos próprios locais de trabalho...não damos "aulinhas".

O que efectivamente muitos não sabem, é que o objectivo da formação não é debitar conteúdos, seguindo um qualquer manual, e onde quem aprende se safa, e quem não aprende..."temos pena"! O objectivo da formação, é a APRENDIZAGEM, pois temos de criar profissionais que irão integrar equipas de trabalho em empresas, e para isso é preciso Know-How, se é que sabe o “Sr. Professor” que isso é.

Além de tudo isto, temos as despesas, não só os compromissos fiscais, como as despesas directas como explanou a Maria B. e muito bem, e temos de dar formação nas condições que existirem (para os que desconhecem, nem sempre são salas, muito menos sala de aula).
Caríssimos, falta-me a paciência, para argumentos de "dão erros ortográficos", pois claro...existem os melhores e os piores, mas...para mim, mais grave é, quem tenta ensinar alguém sem conhecimento, e que tem a presunção de querer educar os filhos dos outros e nem sequer sabe o que é ser pai!

Já agora, e eu que sou mãe de três filhos, também acho que ninguém deveria ser professor e ensinar criancinhas, sem antes ser pai ou mãe...não tem competências de base...não tem conhecimentos concretos e teoria.... não me parece que chegue!
Concluindo, vamos parar de dizer disparates, de falar de cunhas e etc. tal, e de falta de competência. Os centros de formação sempre existiram, e os que agora tanto falam, nunca "cruzaram estas portas"... agora no "tempo das vacas magras" já interessa????

Tal como diz Maria B., "Um bem haja a todos quantos prosseguem o sonho de poderem continuar a sua missão sem que valores mesquinhos a ela se possam sobrepor"

CF
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Re: Cursos do IEFP passam para Min Edu? 12 anos 1 dia atrás #14842

  • Sophia F.
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Boa tarde, colegas!

Em primeiro lugar, gostaria de registar aqui que muito há para escrever sobre a presente situação, contudo, faço minhas as palavras de outros colegas, nomeadamente, a Maria B. e os colegas que escreveram nesse sentido.

Quanto à opinião do "canhao", de facto, devo dizer que entendo o seu ponto de vista, contudo, em relação à sua afirmação "a César o que é de César" e aos professores a formação base e/ou sócio-cultural e aos formadores a tecnológica, gostaria só de levantar esta "pequena questão" que, sei perfeitamente, nem é considerada por total desconhecimento do que se passa na formação:

- E o que sucede aos formadores da formação-base que, POR MERO ACASO, até são professores (não com habilitação própria, mas profissionalizados, muitos dos quais via ensino), que se encontram HÁ ANOS a ministrar formação para o IEFP por OPÇÃO, tendo perdido todos os possíveis privilégios de uma colocação na escola (direito a desemprego, a baixa, subsídio de férias, de Natal... direito a colocar artigos para faltar; poder faltar sem ser brutalmente penalizado... não andar a correr entre dois ou três sítios, por vezes a mais de 50km de distância, sem hora de almoço e apenas num dia, fazendo isto toda a semana, durante quatro semanas, cerca de 11 meses e uns dias por ano, sem sequer direito a férias, entre outros) optando, mesmo assim, por trabalhar a recibos verdes, simplesmente por se sentirem mais úteis e num sistema de aprendizagem mais adequado do que na Escola Pública? O que acontece a esses formadores?

Já agora, gostaria de acrescentar (e penso que não sou uma avis rara, no que a este assunto diz respeito) que uma boa parte dos formadores do IEFP (formação base, científica ou tecnológica), não só tem Licenciaturas, como Pós-Graduações, Mestrados (muitos dos quais PRÉ-Bolonha) e alguns têm, ou andam a terminar, doutoramentos.

Será que, quem baixa o nível e perde a dignidade ao redigir textos totalmente indignos de um dito profissional do ensino, apontando o dedo à suposta "incompetência, burrice e falta de qualificação dos formadores" já parou, por um momento que seja, para pensar que muitos formadores estão no IEFP não só porque gostam, porque se sentem realizados, como também por outros motivos???

Passo a indicá-los:

- estar mais próximo da família (pais, tios, avós...)

- formar uma família (casar, comprar casa, ter bebés) - não tendo de andar com a "casinha às costas" por meio Portugal, ainda que não existam privilégios por se estar a recibos verdes

- motivos de saúde (cancro, leucemia, esclerose múltipla...) - doenças que implicam muitos tratamentos certos, contínuos e que, estando o formador apto a trabalhar, no IEFP facilmente pode tentar trocar com um colega - sem perder o dinheiro dessas horas e, SOBRETUDO, SEM prejudicar os formandos com a sua falta

- querer continuar a estudar (após a licenciatura, pois, com o mesmo sistema de trocas, consegue-se com que nenhuma parte - formador/formando - saia prejudicado e mais facilmente se continuam os estudos superiores)

- gostar simplesmente de ensinar e, no IEFP isso é bem possível, com a constante adaptação de referenciais ao público-alvo que existe; a satisfação é maior, as pessoas aprendem e, algumas saem dali "MOTIVADAS PARA A VIDA" pois sentiram-se valorizadas em algo que sabem fazer e que, antes ninguém valorizava. Muitos formandos descobriram mesmo o prazer da leitura, a magia da escrita... E a satisfação do formador é muito maior do que o seria como professor na escola (muitos formadores sentiram ou sentem isso a dado momento nas suas vidas)

- ter duas áreas de estudo e, na escola, haver 90% de hipótese de só passar a dar uma delas, mesmo que se goste das duas (como sucede, por exemplo, com as línguas)

- gostar quer, da formação de Adultos (EFAs), quer da formação de Jovens (CEFs e Aprendizagens), não conseguir escolher e desejar continuar a ensinar jovens e adultos em simultâneo, sem ficar "confinado a um ensino somente de jovens".

E poderia continuar a discorrer sobre o assunto por mais umas 30 páginas.

Para mim, um professor não é melhor que um formador, nem vice-versa.

Sou professora profissionalizada, mas, a dado momento da minha vida, optei por ser apenas formadora, deixando o "Sr.ª Dr.ª" de lado, como me chamavam na Escola Pública (pessoalmente, detestava esse epíteto!).

Prefiro, sinceramente e com o maior respeito por todos os colegas, não me manifestar a favor de uns e contra outros.

Para mim, bom profissional é o que faz cumprir o seu trabalho, admite as suas falhas, tenta melhorar e vai SEMPRE à procura de novas formas de readaptação e adequação ao processo de Ensino-Aprendizagem face ao público-alvo.

Ser professor ou formador, para mim pouco interessa. Conheci uns excelentes, conheci outros péssimos.

Se me perguntarem qual a vida mais dura... "Olhem, é a de formador!" - não há afectação a uma entidade, não há regalias, desconta-se do próprio bolso, raramente se consegue estar um dia no mesmo local, muitas vezes não se come, as reuniões são muitas e não são pagas... entre variadíssimos outros factores.

Contudo, isso não faz do formador um coitadinho ou alguém melhor que os outros, mas, certamente, também não fará do professor que, socialmente, recebe toda a honra e graça que um formador não recebe na pirâmide da nossa sociedade actual, um ser superior.

Bons e maus há em todo o lado. Não vale a pena atirar pedras.
Vale, sim, apelar à união! De toda a classe trabalhadora no ensino!

E, gostaria de acreditar fielmente que, quem faz determinadas alegações, apenas o indica com base numa ignorância generalizada sobre o que é a "outra profissão" (como consta em "Diário da República, 1.ª série — N.º 143 — 27 de Julho de 2011 ", no Decreto-Lei n.º 92/2011, no anexo ao artigo 22º, vem, no final desse artigo e Decreto-Lei a indicação da legislação que admite formador como profissão).

Desejaria ainda saber (e tentando encerrar este texto/relato de uma vida, que já vai bem longo), quem tem a coragem de, após reflectir nos motivos por mim indicados acima sobre o que é SER FORMADOR POR OPÇÃO, continuar a atirar pedras à formação FORMADOR.

Que atire a primeira pedra quem nunca teve saudades da família, uma doença grave, vontade de prosseguir estudos…
Que derrame palavras venenosas quem nunca teve verdadeiro amor ao ensino e não o considera uma forma de arte e satisfação de ambos, mestre e aprendiz…


«A União faz a força.»
Una-se à luta quem vier por bem.

Um grande bem haja!

Carla*
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Re: Cursos do IEFP passam para Min Edu? 12 anos 17 horas atrás #14843

  • Mário Martins
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Olá a Todos

Sou administrador e fundador deste Portal e é com agrado que assisto a trocas de argumentos muito interessantes, o bom senso acaba sempre por surgir. Existem milhares de utilizadores Formadores/Professores que têm uma palavra a dizer e que deveriam partilhar a sua opinião e experiência pessoal. Apelo à participação, à troca de opinião e de argumentos que sejam respeitadores das diferenças, que analisem a profundidade das questões que aqui estão a ser colocadas. Não se deixem levar pela critica fácil e pouco fundamentada. Mas é um fórum livre e até o mais simples dos argumentos e até os preconceitos e pré-juízos têm aqui voz (com assertividade e respeito pelos outros, evidentemente). É preciso é ter espírito aberto e escutar os outros com toda a atenção. Da discussão nasce a luz, e eu acredito que todos ficamos mais preenchidos.

Grato pela partilha.

Um abraço

Mário Martins
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Re: Cursos do IEFP passam para Min Edu? 11 anos 11 meses atrás #14853

  • rcunha
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Não é nada como se diz por aí! Eu já li o ofício enviado ao IEFP e centros protocolares e, resumindo, é o seguinte: o ME APENAS SUGERE que sejam professores a ministrar a componente sócio-cultural e científica. É uma sugestão, sem qualquer imposição legal e o ofício deixa isso bem claro.

Pessoalmente, penso que apenas alguns módulos devem ser ministrados por professores. No entanto, a maioria dos módulos deve ser ministrada por formadores. A razão é simples FORMAÇÃO não é EDUCAÇÃO e os professores, por mais conhecimentos que possuam, não podem ensinar o exercício de uma profissão que eles próprios não exercem. Embora tal também possa acontecer com formadores que apenas dão formação, é mais fácil de colocar um formador que exerça a profissão do que um professor que apenas possui um saber teórico sem qualquer noção da realidade do mercado de trabalho. Falo por experiência própria e, embora nem sempre seja assim, é o que se verifica na esmagadora maioria dos casos: ensina-se algo que não se sabe fazer. Basta olhar para os cursos profissionais ministrados nas escolas secundárias, que estão desfasados da realidade.
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Re: Cursos do IEFP passam para Min Edu? 11 anos 11 meses atrás #14856

A informação que temos não é essa. A partir de Janeiro de 2013, apenas professores podem ministrar formação de base/socio-cultural no IEFP. Obviamente a formação técnica continua a ser assegurada pelos formadores da componente técnica, mas as centenas de formadores de base ficarão sem trabalho a partir de Janeiro. Os contratos assinados são até Dezembro e quaisquer cursos que iniciem em Setembro serão atribuidos ao professores que ficaram com horário zero nas escolas.
Não é uma sugestão, é um facto.
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Re: Cursos do IEFP passam para Min Edu? 11 anos 11 meses atrás #14861

Tem razão. É difícil, senão impossível, ensinar o que não se sabe. O ME e o IEFP, do meu ponto de vista, não está minimamente preocupado com a formação profissional e com a qualidade dos futuros profissionais. Porque se existisse alguma preocupação na qualidade da formação, tinham protegido e não deixavam sair os formadores com longa experiência nas mais diversas actividades profissionais (electricidade, mecânica, A/C, serralharia, etc.). Se foi assim com actividades profissionais únicas, mais fácil será por de parte formadores de outras áreas.
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