Acho bem que assim seja para ver se acabam de vez com as cunhas ...

Olá a todos.....
Compreendo a situação de todos os formadores de Portugal, pois se fosse comigo também ficava "lixado". Contudo, sendo eu professor de 1º ciclo e adorando a língua portuguesa/matemática, devo dizer que, por vezes, fico deveras chateado com os erros e gafes que vejo por parte de alguns formadores. Posso dizer que analisei, recentemente, alguns trabalhos de amigos que estão a fazer formação nos centros IEFP e devo mostrar a minha estupefacção quando vejo, corrigido à mão por formadores: "fiminino"; "sentasse" em vez de senta-se, etc etc etc....
Mas, voltando à conversa, compreendo os formadores, mas também compreendo os professores que, como eu, ficaram desempregados e a ter que "aturar" estes erros. Sei que nem todos os formadores são assim, bem como nem todos os professores são bons, conhecendo alguns que, posso afirmar publicamente, nunca deixaria que fossem professores dos meus filhos.

Enfim, este desabafo serve para demonstrar que a "César o que é de César...", ou seja, os professores colocados nos IEFP na formação base e os formadores nas áreas técnicas, não me parece nada de outro mundo.

E, estou de acordo quando se diz: "Seria bom para acabar com algumas cunhas"...

Caro colega,

Sugiro que se inscreva num qualquer fórum de professores na internet ou no facebook e veja a forma de escrita dos seus colegas "profissionalizados".

Bons e maus profissionais, o domínio (ou não) na língua existe em todas as profissões e em todos os níveis de ensino/ formação.

Quando for implementada a prova de acesso à profissão docente (medida muito justa), os resultados vão surpreender muita gente...

Em relação aos colegas das escolas darem aulas no IEFP...cunhas vai haver sempre. Quem as tiver vai facilmente "manipular" o concurso.

O que é preocupante é que não creio que quem esteve anos a foi numa escola pública se adapte à formação profissional. São turmas diferentes, objectivos diferentes, muitas horas não pagas...

Alguém acredita que a maioria dos professores habituados a ter os manuais editados, de apoio, vão elaborar os seus próprios manuais, perder dias a fio em pesquisas, etc?



Cá estarei para ver...

Cara colega...

Estou completamente de acordo com o que diz. É certo que as atividades são diferentes e muitos professores não estariam para se chatear a fazer os trabalhos que referiu. Contudo, e uma vez que estive desempregado um ano inteiro e não lecionei um único dia, considero que tenho tantas, ou mais, capacidades do que alguns formadores.
Conheço muitos casos que estão lá "por favor", "cunhas".... etc...
Isto aqui na zona é ao pontapé.
Não posso dizer, abertamente, que sou contra as "cunhas", isto porque como costumo dizer: "Haviam de acabar com as cunhas, mas se me arranjarem uma, agradeço."

Portanto, cunhas vão sempre haver, mas acredito que alguns professores teriam boas capacidades para trabalhar como formadores do IEFP.

Atenção, falo por mim.

Claro que sim!

Até porque o IEFP desenvolve muitos cursos de competências básicas (alfabetização) de adultos, para os quais os docentes do 1º ciclo seriam os mais habilitados.

Boa sorte!

Boa noite


Sou Licenciada em Ensino de Português/ Inglês mas, devido a algumas vicissitudes, vi-me impossibilitada de concorrer a um lugar de professora em escolas públicas.
O IEFP acolheu-me e desde há algum tempo tenho vindo a prestar o meu serviço nesta instituição que prezo. Entrei nela não porque me servisse de cunhas mas porque necessitaram de formadores da minha área e eu encontrava-me inscrita na Bolsa de Formadores.
Se nos é retirado mérito? Sê-lo-á!

Comecemos pelo vencimento e a parte sobrante do mesmo quando pagas todas as despesas inerentes à nossa profissão. Se auferirmos 1000 euros mensais, pagarmos 250 de Segurança Social, 200 de gasóleo, 220 de IRS depressa concluiremos que o que efectivamente nos sobra não perfaz sequer um salário mínimo nacional.

Não contando com os quilómetros percorridos, as horas gastas entre locais, por vezes mais de 50 km a serem feitos em intervalos de 60 minutos. E falam-nos de erros ortográficos?

Pois bem!
Deixe que lhe diga, onde mais que no Primeiro Ciclo os encontramos? Naqueles que se pretende serem os pilares dos futuros cérebros do nosso País?
Já passei pelo 1º Ciclo e vi erros de bradar aos céus. Erros básicos, de pessoas que por dia têm 6 ou 7 horas efectivas de actividade, com turmas - apenas uma - anual, sempre no mesmo espaço, orientadas muitas das vezes mais pelas auxiliares que pelos próprios professores.

Perdoem-me se cometer alguma incorreção mas, na verdade, nós precisamos de ter um tratamento equitatito e, quiçá, talvez mesmo submetidas a concurso, consigamos permanecer no exercício das funções, sob pena de todo o processo se ver desvirtuado.

Façam o favor de repensar a profissão como um posto e passem a encará-la como missão. Nesse dia conseguirão compreender que, na verdade, o oásis da formação é muito mais árido que o trabalho de alguns pseudo-professores levado a cabo sob a capa da "igualdade de direitos!.

Deles, falarei adiante.

Um bem haja a todos quantos prosseguem o sonho de poderem continuar a sua missão sem que valores mesquinhos a ela se possam sobrepor.


Maria B