Bom... Até hoje já colaborei com 20 entidades de formação.
Apesar de não ser normal deparar-me com graves atrasos no pagamento, é evidente que, uma ou outra vez já isso me aconteceu. Acresce que eu começo logo (antes de oficializar a colaboração) por dizer que qualquer prazo estipulado entre nós é para ser cumprido religiosamente, porque não tenho nem tempo nem perfil para andar atrás das empresas para que me paguem, como as mamãs andam atrás dos meninos para que eles comam a papa. É que ser mamã é uma responsabilidade tacitamente aceite, mas para fazer de cobradora não me pagam sequer o fraque, né?
Depois, não me preocupo com a hipótese de não vir a receber o dinheiro (o atraso pode ser preocupante, se o dinheiro fizer falta, sim; mas o receio de o não receber é que não existe) porque ou houve contrato escrito, ou um acordo de cavalheiros conhecido por mais pessoas, potencialmente testemunhas, para além de larga correspondência trocada, documentos oficiais, etc. Na verdade, ainda que fosse difícil provar que se havia combinado um dado prazo para o pagamento, já o facto de termos ministrado a acção seria coisa fácil de demonstrar, pois se cada sessão tem uma sala cheia de testemunhas...!
Vai daí, aviso a empresa quando o prazo foi ultrapassado, pergunto-lhes o porquê e solicito nova e definitiva data. Se vejo que se trata de uma dificuldade séria, sou mais complacente. Se me ignoram, chateio-me. Se antes disso já me endereçaram um pedido de prorrogação aceitável junto com uma boa desculpa, aí é diferente. Agora se vejo que há ali má fé, sublinho bem quanto tempo já me levam de atraso e estipulo eu um dia a partir do qual já não terão que tratar o caso comigo mas com um representante legal. Não gasto dinheiro em advogados, é um "faça você mesmo". Se a coisa azedar, vai uma injunção em cima deles e depois é esperar sossegadita pelo dia D. Até hoje bastou, mas se não bastasse prosseguia eu com um processo sumaríssimo e voltava a pagar zero. A coisa é sempre para ser ganha, com lugar a juros de mora e o ressarcir das custas processuais.
Se é chato? Pois tá claro que é. Não só materialmente, mas emocionalmente. Para além de que é um vínculo que quebra. Por isso importa não ser impulsivo e ponderar bem as coisas, como já um colega aqui o disse (mencionaria o seu nome, mas com a minha janela de texto aberta não consigo visualizar todas as entradas). Mas se a empresa é mal intencionada, então também não nos merece.
O curioso, é que eu pensava que esse tipo de postura desonesta e vergonhosa caíra em desuso!
P'los vistos não, e continua-se a fazer pouco de quem dá o litro, quantas vezes já de si gastando imenso dinheiro para trabalhar (em desclocações, preparações, quando não mesmo em fotocópias).
Abraço a todos!